quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Novos Mundos Novos


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Novos Mundos Novos, exposição que participo, foi aberta ao público em Recife, num espaço para o público interagir com os trabalhos dos artistas por meio de novos olhares, novos mundos. O prédio que abriga o espaço Santander Cultural, na avenida Rio Branco, é uma das marcas do Recife Antigo. O estilo eclético do período de transição entre os séculos 19 e 20 compõe a paisagem vista do Marco Zero da cidade.
A exposição Novos Mundos Novos, que reinaugura o espaço cultural neste endereço, é inspirada no navegador espanhol Vicente Pinzon: o primeiro europeu a aportar em terras nordestinas, em janeiro de 1500, antes, portando da chegada dos portugueses, foi aberta ao público 4 de agosto e fica em cartaz até 31 de outubro de 2010 e tem curadoria de Gilberto Habib de Oliveira e José Luiz Mota Menezes e reúne grande diversidade de linguagens artísticas. As 41 obras dos 17 artistas que participam demonstram como se lançar olhares novos para paisagens aparentemente já muito conhecidas e como o pintor pode transformar a realidade em um outro mundo. “A exposição fala sobre a inquietação humana, o desejo de busca, a invenção e capacidade que o homem tem de criar e imaginar novos mundos”, explicou o curador Gilberto Habib de Oliveira, (ver vídeo) que ainda diz, na sua apresentação no catálogo da mostra.
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Territórios impreciso XIX, 2008, aquarela s/ papel, 28,6 x 76 cm
-... Esses olhares-lugares de Caio (Reisewitz), mesmo quando reconhecíveis, são inquietantes pela atmosfera metafísica que apaga os indícios do observador, fazendo crer que tal paisagem jamais tivesse sido assistida nem devassada pela visão comum.
Algo semelhante está também na atmosfera das aquarelas de Cassiano Pereira Nunes. Mesmo que nelas apareçam o rastro indelével e figurativo da presença humana, ou sua alusão, a técnica da aquarela, neste caso, deve ser entendida como o mais evidente destes rastros, uma vez que esta técnica tem se prestado como eficiente linguagem artística aplicada aos ímpetos exploratórios do homem ao longo de séculos. Segundo Bachelard, pelos princípios imaginativos da matéria, o elemento água se torna o meio de contato com o inconsciente.
É dele que partem os recursos psíquicos para enfrentarmos o que é misterioso, desconhecido e ameaçador. Ao menos na prática, isso é o que tem demonstrado a eficiência da aquarela como ponte midiática para estudos, projetos e outras prospecções científicas do real, diante de diferentes territórios, situações ou ecossistemas, sendo os mais notórios os cadernos de campo dos artistas e exploradores do século XIX...
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